Tuesday, May 31, 2005
london un(der)conscious
london happens. for a reason unknown it raves. for its tastes and smoke, crave. grey skies over trafalgar square and the seamless tube. cheers where ecstasy's cheaper than beer. tongues foreign in rhythm frenetic. lynx of power in delusion and coppered madness. frenzy of gusts of blackness on the thames. light up piccadilly with smiles of bloomsbury and the books of charing cross rd.
and for that girl life managed to continue in red hair, symphonic love and outrageous laughter. sickness no more and purse strings loose in the town that's hot. hype follows fashion. british absolute underground. splash.
strings of pearls, unite. desire for her constellations plastic in chrome garments. naked at the court of her earl and bathed in westminster chime of burberry. no such thing as a free ride. and we board with the certainty of getting off sooner than expected. suffer in each jaunt and ache of every joint. sore in times of sour and the arrest of clockworks in the blaze of may.
this month has passed to feed on a love deadened every day and electric in the night of soho. to fill her eyes with tears with my foolish and lovingly mad persistence. heart twisted over the atlantic, sao paulo, chicago and london. hear the rail and soothe with sighs of smoothness at buckingham gate. waiting to depart the land of draining specificity.
and for that girl life managed to continue in red hair, symphonic love and outrageous laughter. sickness no more and purse strings loose in the town that's hot. hype follows fashion. british absolute underground. splash.
strings of pearls, unite. desire for her constellations plastic in chrome garments. naked at the court of her earl and bathed in westminster chime of burberry. no such thing as a free ride. and we board with the certainty of getting off sooner than expected. suffer in each jaunt and ache of every joint. sore in times of sour and the arrest of clockworks in the blaze of may.
this month has passed to feed on a love deadened every day and electric in the night of soho. to fill her eyes with tears with my foolish and lovingly mad persistence. heart twisted over the atlantic, sao paulo, chicago and london. hear the rail and soothe with sighs of smoothness at buckingham gate. waiting to depart the land of draining specificity.
Tuesday, May 24, 2005
correspondência de praga
as ruas de praga têm som de jazz e a alemanha oriental é mais minha cara. de frankfurt tomamos o trem pra leipzig, cidade de compositores como bach. seguimos pra dresden, cidade de destruição e motivo das fotografias de robert capa e lee miller no fim da guerra. só ano que vem terminam de reconstruir o que têm como símbolo da cidade, a frauenkirche. o lado de lá tem muros pixados e calçadas quebradas. tem gente que sorri nas ruas e sol que queima a pele de verdade. tem fôlego coletivo e febre de novidade o charme da alemanha que penou sob domínio soviético. está longe da esterilidade do plano marshall e cidades sobre colinas. sobrou caos no lado onde os americanos demoraram pra chegar. sou mais dresden, mas já te vejo em frankfurt. se você ainda é o mesmo, as células francoforteanas e os strassebahn sempre pontuais no percorrer caminhos de assepsia vão te tocar mais forte. a alemanha cola como resina e piche.
consertavam muitas calçadas de praga adornadas com trilhos e jazz. o metrô é vermelho e tem motivos futuristas. o bairro judeu é art nouveau e todo mucha. tem um portinari solitário na galeria nacional que chora como um orozco de linhas duras. não por acaso fica perto dos expressionistas alemães, dix e grosz. henri rousseau brilha com seu sarro parisiense e lichtenstein teve tempo de golpear praga com suas tiras de violência plush.
a cidade derrama amor. desejo e vontade despejam dos bondes de rua. as mulheres evocam modigliani, os homens têm a dureza de cristal líquido no verão em mandíbulas pétreas. rosas e o café onde kafka escrevia. cemitério judeu e sinagogas na linha de
trams rosa e corujas e águias nos jardins do castelo. os bicos dos peitos se arrepiam com o vento do vltava. as mulheres de praga não usam sutiã e trajam calças
escuras com sandálias delicadas. é primavera na cidade das revoluções. o jan hus continua verde e sólido na praça velha. agora entendo como as minissaias derrubaram os tanques soviéticos. assim explicou kundera. e sua teresa era uma jornalista que corria com sede por essas ruas, a lee miller de praga.
atrás da wenceslas tem a rua mais perfeita. escancara o teatro tcheco, deixa ver as engrenagens da praga depois do palácz lucerna. mostra o desenrolar em direção a vinohrady, bairro moderno com antenas de transmissão e baladas gls. os bondes de rua passam mais rápido por aqui. o café é mais industrial e as lojas tocam música cubana sem medo. são os hinos de uma praga quase paulistana com seus cavalos dependurados dos tetos e um choro preto de caos e faminto de progresso. é a cara capitalista do que nunca foi fortaleza de ideais contrários. é a cara do barroco e neo-gótico que sobreviveu à destruição de um século ardente.
já voltei de praga. atravessei a áustria com arranhões tchecos de realidade e o medo dos subúrbios padronizados da estação haje. voltei ciente da invasão britânica: tesco, penny market, marks & spencers e a bbc na czech news agency. e sobra espaço pra fascínio e resistência à privatização. os jornalistas de praga preferem nova york.
consertavam muitas calçadas de praga adornadas com trilhos e jazz. o metrô é vermelho e tem motivos futuristas. o bairro judeu é art nouveau e todo mucha. tem um portinari solitário na galeria nacional que chora como um orozco de linhas duras. não por acaso fica perto dos expressionistas alemães, dix e grosz. henri rousseau brilha com seu sarro parisiense e lichtenstein teve tempo de golpear praga com suas tiras de violência plush.
a cidade derrama amor. desejo e vontade despejam dos bondes de rua. as mulheres evocam modigliani, os homens têm a dureza de cristal líquido no verão em mandíbulas pétreas. rosas e o café onde kafka escrevia. cemitério judeu e sinagogas na linha de
trams rosa e corujas e águias nos jardins do castelo. os bicos dos peitos se arrepiam com o vento do vltava. as mulheres de praga não usam sutiã e trajam calças
escuras com sandálias delicadas. é primavera na cidade das revoluções. o jan hus continua verde e sólido na praça velha. agora entendo como as minissaias derrubaram os tanques soviéticos. assim explicou kundera. e sua teresa era uma jornalista que corria com sede por essas ruas, a lee miller de praga.
atrás da wenceslas tem a rua mais perfeita. escancara o teatro tcheco, deixa ver as engrenagens da praga depois do palácz lucerna. mostra o desenrolar em direção a vinohrady, bairro moderno com antenas de transmissão e baladas gls. os bondes de rua passam mais rápido por aqui. o café é mais industrial e as lojas tocam música cubana sem medo. são os hinos de uma praga quase paulistana com seus cavalos dependurados dos tetos e um choro preto de caos e faminto de progresso. é a cara capitalista do que nunca foi fortaleza de ideais contrários. é a cara do barroco e neo-gótico que sobreviveu à destruição de um século ardente.
já voltei de praga. atravessei a áustria com arranhões tchecos de realidade e o medo dos subúrbios padronizados da estação haje. voltei ciente da invasão britânica: tesco, penny market, marks & spencers e a bbc na czech news agency. e sobra espaço pra fascínio e resistência à privatização. os jornalistas de praga preferem nova york.
o mais importante é saber se vai chover
..ask her what she'll do on a rainy night without the opera/